A Triste História de Julia Pastrana - A Mexicana descansou somente 100 anos após sua morte

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De origem indígena, nasceu no seio da tribo dos nativos americanos conhecidos como "Root Digger" que significa "Índios buscadores de raízes". Eles viviam na zona ocidental do México.
Julia Pastrana tinha hipertricoses ou "síndrome do homem lobo", seu rosto e seu corpo eram cobertos totalmente de pelo negro e liso.
 Suas orelhas e seu nariz eram bem grandes e seus dentes eram irregulares. 

Até Charles Darwin se referiu a ela nos seguintes termos:

  "Julia Pastrana, uma bailarina espanhola, era uma mulher extraordinariamente fina, mais tinha uma grossa barba e o rosto peludo. Foi fotografada e sua pele posto na exibição. O que nos faz lembrar é que ela tinha nos ambos queixo superior e inferior irregulares dentes. Uma fileira colocada dentro da outra, do qual o doutor Puland tomou uma amostra.
 Devido ao excesso de dentes, sua boca se projetava e sua cara tinha a aparência de um gorila"

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Suas mandíbulas foram estudadas pelo Real Colégio de Cirurgiões de Londres. Os panfletos a anunciava contando sua suposta história, esses panfletos diziam que uma índia chamada Espinosa, se separou de sua tribo em 1830, todo o mundo pensou que tinha sido morta afogada, mas anos depois foi encontradas por vaqueiros. 
Espinosa alegou que foi capturada e presa em uma cova por um grupo de índios hostis, em uma zona cheio de ossos de mandris, mais o feito nunca foi provado. Espinosa teria sido acompanhada por uma menina de dois anos, Espinosa afirmava não ser sua mãe, mas mesmo assim dava mostra que gostava muito da criança. Tempo depois essa mulher casou e foi batizou a criança como Julia Pastrana. Espinosa acabou morrendo e Julia foi viver com uma povo que vivia nas redondezas.
Anos depois foi viver com a  família do governador do Estado Federal mexicano de Sinaloa. 
Pedro Sánches. Trabalhou ali de servente durante anos até que em abril de 1854 decidiu voltar a sua terra natal.
 No caminho para sua terra natal, conheceu o norte-americano M. Rates, quem em seguida se viu em negocio e no mesmo ano Julia foi para os Estados Unidos. Sua primeira aparição como fenômeno de circo começou em 1854, no Gothic Hall de Nova York.
Em pouco tempo foi para a cidade de Cleveland com um novo organizador, por não dizer amo, o senhor Beach. O doutor S. Brainer, que ali a conheceu, a chamou de uma "Especie diferente".
 Ali assistiu a grandes bailes e galas militares, diziam que os soldados faziam fila para dançar com ela.


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Depois ela viajou a Londres, nesse momento o organizador Theodor Lent. Antes de chegar a Londres foi anunciada pelos jornais como " A indescritível. A imagem que davam a ela era uma mulher feliz, contente com sua situação, diziam que gostava de viajar, de cozinhar. Em seus espetáculos de mostrar sua rareza, Julia Pastrana bailava e cantava em espanhol e inglês.
 Em 1857, depois de voltar de Londres, Theodor Lent tentou levar ela para a Alemanha, mas ali encontrou problemas já que as autoridades não aprovavam o espetáculo. Theodor apresentou a Julia como atriz de teatro. Em Leipzig Julia protagonizou uma obra de teatro em enredo escrita especialmente por ela mesmo, chamada de "Der curierte Meyer". tratava de um homem que era apaixonada por uma dama a qual mostrando-se ao público para os fazer rir. Finalmente quando mostrava a cara a seu namorado e este perdia todo o interesse. 
A policia alemã colocou espiões na sala porque não confiava nas conversas de Theodor. a obra foi cancelada e o teatro clausurado depois de tão poucas aprepresentações sobre uma obra imoral e obscena.
Nessa época recebeu muitas proporções o casamento. Houve uma entrevista realizada por uma jornal da Alemanha, e perguntaram por que ela havia falado não para todas aquelas propostas de casamento, então ela respondeu que ninguém dos pretendentes  era o suficientes rico para ela. Também disse que está ideia era originaria de Theodor, o qual desejava casar com um homem rico e este era sua forma de atrair a alguém. Julia havia acumulado muito dinheiro, e finalmente foi Theodor  que a pediu em casamento em 1857.

Se casaram e foram de viagem a Áustria. Em Viena Theodor a obrigou a passar por exames fisiológicos bastante exaustivos e a proibiu a sair na rua durante o dia.
 Em 1859 ficou grávida. Em Moscou durante a viagem em 1860, Pastrana deu a luz a um bebê com características iguais aos dela.
 O Bebê faleceu 35 horas depois de nascer e Pastrana morreu por causa das complicações pós-parto cinco dias depois.
Lent abandonou a viagem, e contatou o professor Sukolov da Universidade de Moscou, que finalmente vendeu os cadáveres de sua esposa e seu filho. Sukolov decidiu mumificar ambos corpos e os expôs no Instituto Anatômico da Universidade de Moscou.
Os corpos trouxeram tantas visitas ao museu, que Lent decidiu pedir de volta os corpos mumificados. 
Assim se iniciou um processo judicial que Lent fazendo que ele ganhar o processo, ao apresentar seu certificado de matrimônio com Julia.
Primeiro tentou colocar as múmias em funcionamento no mundo dos espetáculos russo, mas como não tinha direito, alegando que aquilo não tinha nada que ver com fins científicos.
Em 1862, só dois anos depois que Julia Morreu, decidiu voltar a Inglaterra onde não lhe colocaram nenhuma restrição a seu espetáculo.
 Logo acabou e finalmente alugou os corpos a um museu itinerante de curiosidades.
Nessa época conhece uma mulher com características iguais a de Julia Pastrana, ele se casou com ela e a chamou de Zenora Pastrana, apresentando-a ao mundo como "A Irmã de Julia Pastrana". 
De novo conseguiu as Múmias que seguiam alugadas ao dono do museu itinerante e os quatros (Theodoro Zenora, e os corpos de Julia Pastrana e o filho) então eles iniciaram várias viagens. Finalmente, Zenora e Theodor se instalaram em St. Peterburgo em 1880, nesse momento Theodoro começa a padecer de uma doença mental, que acabou levando a um sanatório.
Zenora foi transladada a Munich em 1888 e ali reclamou a propriedade dos corpos mumificados, e conseguiu ter a propriedade em 1889 e de novo exibiram os três Pastranas em uma exposição antropológica levada por J.B. Grassner, que ficou com as múmias e acabou as vendendo em 1895, para um pastor em uma convenção circense de Viena. Zenora se retirou e voltou a casar com outro homem.


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As múmias desaparecerão da vista do público. Novamente foram vista Noruega em 1921 como propriedade de Mr. Lunds, que as colocou na sua "câmera de horrores".
Durante a ocupação alemã em 1943, foi ordenado que a coleção fosse destruída, mas Mr. Lund conseguiu enganar as autoridades alemãs falando que a "Apewoman" (mulher macaco) que iria ser levada para as tumbas do III Reich.
 Julia e seu filho se foram exibidos pelos territórios ocupados da Alemanha.
As múmias estiveram em exibições até 1970, quando houve um protesto durante uma visita nos Estados Unidos e a retiraram-as da vista ao público.
 Uns vândalos entraram nas instalações de armazenamento em agosto de 1976 e mutilarão a múmia do bebê.
Os restos foram consumidos por ratos. A múmia de Júlia foi roubada em 1979, mas guardada no Instituto Forense de Oslo, depois que o corpo foi retirado pela policia, mas não foi identificado.
Em  1990 foi identificada e permaneceu em um caixão selado no Departamento de Anatomia da Universidade de Oslo desde 1997.
 Em 1994, o senado da Noruega recomendou que o melhor seria enterrar os restos de Julia Pastrana, mas o Ministério de Ciências decidiram concervar-lo para que no futuro os científicos pudessem estudar-los. 
Por enquanto, para ter acesso a seus restos devia obter uma permissão especial, que só aprova quem demonstrara os verdadeiros interesses científicos.
Em 2012, no mês de abril a Universidade norueguesa se comprometeu a devolver o corpo de Julia Pastrana ao México.
No dia 7 de fevereiro de 2013, seus restos foram entregados as autoridades mexicana. 
Os restos mortais da Sinaloense foram depositados no Cemitério Histórico, do Estado de Sinaloa, em um ato de honestidade de dignificação e de respeito aos direitos humanos e finalmente, no dia 13 de fevereiro de 2012, Julia Pastrana foi sepultada.