Rainha Ginga - A História da Rainha Guerreira da Angola

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Essa rainha é conhecida com diferentes nomes como Nzonga, Mbandi, Jinga, Zhinga, Rainha Dona Ana ou rainha Singa.
O capitão holandês Fuller, era o membro do Companhia das Índias Orientas, que na década de 1630 era aliada de Nzing, ele a definiu como uma fascinante mulher, de uma grande beleza, alta e esbelta, ainda de caráter muito marcante e de uma grande inteligência.
Ele a considerava uma grande militar nos planejamentos das batalhas. 
Dizia que ela tinha entre cinquenta e sessenta jovens como esposos.  
 Seu nome é simbolo da luta ela liberdade e da independência da Angola. Manteve um forte enfrentamento com um dos impérios mais poderosos da época, o império de Portugal, que estava estendendo por todo o resto da África. 
Assim como pela Ásia, fundamentalmente pela Índia e Macao na China. 
No Brasil, por causa do Tratado de Tordesilhas que foi feito entre Portugal e Espanha, para repartir a região do novo mundo entre eles.
 Os portugueses se instalaram no reino de Ndongo no ano de 1575  estabeleceram seu principal centro para o tráfico de escravos em Luanda "Hoje capital atual da Angola". 
Sua finalidade era recrutar escravos com destinos as colonias no Brasil.
Se calcula que saíram anualmente dez mil escravos para o Brasil e outros países. Angola junto com Ghana e Senegal são os principais exportadores de escravos do continente africano.
No ano de 1578, foi criada Luanda, situada geograficamente no território Abunda. Naquele momento era Ngola Kuluaji que era rei de Ndongo e Matamba e ao mesmo tempo pai de Nzinga. 
Fez frente a chegada dos portugueses, tentando manter seu reino.
A morte de Kiluanji lhe sucedeu seu filho Mbandi, irmão de Nzinga.
Com a chegada a Angola os portugueses e Ngola de Ndongo fez um pacto com eles. Que reconheceram o país como independente e em consequência se comprometeram a respeitar a figura do rei Ngola.
A mudança do rei colaborou com os portugueses para capturar os escravos dos reinos vizinhos.




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Porém, as demandas dos portugueses para os Ngola estavam crescendo. Isso exigia respeito pelo Tratado assinado. 
Essas violações provocam uma maior desconfiança em relação ao poder português, que atingiu a ruptura total, produzindo um confronto armado entre ambos. 
A rainha Nzinga negociando com o governador português em Luando em 1622, com o tapete no chão e Nzinga na sua cadeira.
Nzinga Mbandi exercia de ser conselheira de seu irmão o rei e era a representante diplomática do reino de Portugal, sendo ela a que fazia os acordos e tratados com os portugueses.
Para conhecer seu valor, seu saber e a inteligência dessa mulher, temos que mencionar o incidente que foi criada entre o governador portugues Correia de Souza e Nzinga, quando iniciou as negociações, neste lugar para oferecer uma cadeia para a rainha angolana, mandou colocar um tapete no chão, como fazia naquele país para os que eram considerados inferiores. 
Ela não perdeu a compostura e ordenou a um dos seus criados que lhe trouxesse uma cadeira, para sentar-se para negociar em igualdade das condições com o governador português.
Em 1618, o Ngola Mbandi é derrotado pelas forças portuguesas dirigididas por Luiz Mendes Vasconcelos. Nzinga foi enviada para capital portuguesa, Lisboa para fazer os tratados em representação de seu irmão o rei.
Com consequência dessa negociação do tratado e a boa boa vontade foi feita o batizamente pelos portugueses e a passaram a chamar Dona Ana de Souza.
Em 1624, seu irmão o rei que morreu e ela foi proclamada rainha de Ndongo, Disseram que foi Nzinga, quem esteve por trás dessa morte, fazendo o envenenasse. 
Isso foi devido a debilidade de Mbandi com os portugueses que exasperava a Nzinga por essa postura de seu irmão o rei.
Também mandou decapitar a seu tio por ainda estar fazendo comercios de escravos com os portugueses. 
Marcou como objetivo da independência politica e territorial sobre os portugueses.



Rainha Ginga - A História da Rainha Guerreira da Angola


A Nzinga lhe correspondeu os direitos de sucessão ao trono, já que não se segue o costume europeu de transmissão do poder de pais e filhos, de irmão a irmão. Não existe quase nenhum reino africano com restrições sucessorias pela causa do sexo.
Com a chegada ao trono em 1624, abandona seu nome cristão, o mesmo foi feito com seus irmãos Kifunji e Mukumbu, sendo seus nomes cristãos "Gracia" e "Bárbara" respectivamente.
Os portugueses são conscientes da inteligência e fortaleza da rainha Nzinga já que questionaram sua presença no território de Angola, criando o reino do mesmo nome.
Eles começaram a conspirar contra a rainha e a derrubam como rainha nomeando um novo rei em Ndongo, servil aos interesses portugueses e protegido pelo exército português. Kiluanji II é o novo rei de Ndongo. 
Nzinga abandona o território em 1630, foi viver em Matamba, província que está no interior de Angola. Toda sua energia foi dedicada a formação de uma grande aliança politica e militar para derrotar os portugueses. Nesta aliança participaram os reinos de Matamba, Kasanji, Congo, Dembo, Kissama e os povos do Planalto Central, também contam com o apoio holandês que tentaram tirar os portugueses deste território para ficar com eles, também contam com ajuda da Companhia holandesas da Índias Orientais.
A rainha Nzinga, sentada entre suas escravas e fumando um cachimbo, olha como um homem toca um tambor, no qual parece uma praça cerimonial.
 As  forças, lideradas pela rainha Nzinga derrotaram os portugueses na batalha de Mbaka em 1643, fazendo que acontecesse vários combates posteriores com importantes vitórias, sobre os portugueses até o ano de 1648.
 Em outubro de 1647, sua irmã Kifundi, que formava parte de seu governo e que ainda era importante dirigente religiosa, morreu em estranhas circunstancias.
 Pareceu que foram os portugueses os causadores  dessa morte.
Em 1648, sua outra irmã Mukumbu é feita prisioneira pelos portugueses, depois de uma emboscada. Todos estes acontecimentos marcaram para sempre a rainha Nzinga. 
Em 10 de agosto de 1648, sofreu uma forte derrota militar e os portugueses dirigidos por Gaspar de Borges Madureiro recuperaram Luanda.
depois dessa derrota, Nzinga voltou a seu reino de Matamba, aonde permaneceu durante o resto de seu reinado. 
Em outubro de 1656, tendo já 74 anos negoviou com os portugueses, conseguindo a liberdade de sua irmã Mukumbu pela troca de 130 escravos, a obrigação de receber um missionário cristão em suas terras, então o capuchino italiano Giovanni Cavais da Montecuccolo que era capelão do exército português e em troca recebeu ajuda militar e o apoio politico a seu reino.
O papel deste capuchino é importante porque sabe trabalhar as tradições e costumes deste povos, mostrando os objetivos mais normais da vida cotidiana, como trabalham e se divertem, suas relações sociais. O que nos permitiram ter um conhecimento profundo etnográfico dessas pessoas.
O missionário Cavais conhece a rainha Nzinga em 1660 e se sente fascinado pela história dessa mulher extraordinária, que reinou durante quarenta anos, fazendo frente aos portugueses durante trinta anos.
Nzinga, era princesa, rainha, soldado, canibal, dominante, assassina, rodeava de escravos sexuais, inteligente, caprichosa e cruel......
Cavais confessando a rainha Nzinga e a converteu de forma definitiva ao cristianismo.
Cavais conta uma conversão com a rainha Nzinga,  "me confessou" que sempre tinha um extrema repugnância a comer carne humana,mais que, por politica e para ser respeitada e bem considerada, ela ordenou preparar abundantes e luxuosos banquetes de carne humana".
Morre aos 81 anos, sendo uma rainha e mantendo a independência de seu país e o respeito de Portugal. Quando Angola conseguiu a independência. dedicou uma rua de sua capital a rainha Nzinga. 
Ela é considerada um simbolo do africanismo contra a opressão estrangeira.
As vezes desde a perspectiva atual e ocidental, é difícil entender algumas coisas que faziam, está claro que até o que socialmente era admitido na época.


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