lilith-a-primeira-esposa-de-adão


"E a costela que Deus tirou do homem, fez uma mulher, e deixou com o homem. Disse então a Adão: Isto é agora osso de meus ossos e carne de minha carne; essa será chamada Varoa, porque do varão foi tirada", relata o livro do Gênesis sobre a criação bíblica da primeira mulher na face da terra, Eva.
Não em vão um estendida interpretação rabínica considerada que a referência, em um versículo anterior, a que "Deus criou macho e fêmea os criou" significa que houve outra mulher antes, no qual terminou abandonado o Paraíso. Segundo essa tradição judaica, Lilith é essa mulher que veio antes de Eva, e que, uma vez longe de Adão, se converteu em um demônio que rapta as crianças em suas berço pela noite e uma encarnação da beleza maligna assim como a mãe do adultério.

lilith-a-primeira-mulher-de-adão-que-fugiu-para-o-mar-vermelho


Mas além dessa tradição hebraica, a origem do mito Lilith parece contar com raízes sumerianas ou acádias.

Em concreto, existia na Mesopotâmia, segundo o arqueólogo britânico Reginald Campbell Thompson, um grupo de demônios femininos derivado da criatura Lilitu (Lilu, Lilitu e Ardat Lili) com umas características que respondem a essa figura mitológica: era metade humanas e metade divinas, usavam a sedução e o erotismo como armas, e a noite era seu habitat natural.

Todos esses súcubos, em qualquer caso, tinha as qualidades de que logo seria representado como os vampiros, embora cobertos de pelo, e derivavam da palavra "vento" ou "espirito".
Essa tradição havia passado mais tarde na cultura judaica através dos semíticos que viviam na Babilônia. Os judeus adaptaram assim ao hebraico o nome dessa criatura maligna até vincular-lo possivelmente a palavra "laila" (traduzido como noite).



Lilith perdeu várias qualidades com sua versão hebraica, como é seu caráter divina, mais adquiriu uma personalidade mais complexa. Sua presente no folclore e os textos do judaísmo, entre eles o Gênesis, segundo defendem algumas interpretações rabínicas. 

Assim, as dúvidas que gerou o fragmento do Gênesis "e criou Deus ao homem (Adão) a sua imagem, a imagem de Deus os Criou; homem e fêmea os criou, surgiram interpretações de diferentes rabínicos ao longo da história que eles representam, ou bem Adão foi criado inicialmente como um andrógino - que possuía um corpo feminino e um masculino unidos pela costas -, ou, como recolhe repetidas vezes em sua obra mitólogo inglês Robert Graves, houve outra mulher antes de Eva, a rebelde e luxuosa Lilith, que finalmente abandonou o paraíso.

ELA TAMBÉM FOI FEITA COM O PÓ



Segundo o Yalqut Reubeni - uma coleção do século XVII de midrashim (interpretações de textos antigos) pelo rabino Rubén Hoshlke Kohen -, " Deus formou a Lilith do mesmo modo que havia formado Adão, embora utilizou sujeira e sedimento em lugar de pó puro". 

A sujeira havia convertido a essa criatura em um demônio de que, sua vez, nasceram outras criaturas malignas que "ainda atormentam a humanidade". 
Esses demônios fêmeas se dedicavam a atacar as mães durante os partos com o fim de roubar o recém nascido para logo os matar, como retrata um selo cilíndrico exposto no museu de Oxford.
estatua-da-lilith


Nesse sentido, existe outra interpretação que representa a Lilith como uma criatura igual a Adão, feito de pó puro, que se rebela contra os desígnios divinos e mostra um marca no caráter.

Nesse Alfabeto de Ben Sira (Escrito entre o século VIII e o XI), se narra como Lilith resistiu-se de debaixo de Adão: 

Porque ficar debaixo de ti? Eu também fui feita com pó e por tanto, sou igual a ti, afirmou Lilith, que, ao ser forçada por Adão a obedecer-lhe, pronunciou o nome de Deus em vão e decidiu abandonar o Edén com direção ao Mar Vermelho.
Nessa versão Lilith foi colocada como uma representação das mulheres cananeias e sua visão das relações sexuais em um período, em 586 a.C, no qual se juntaram parcialmente aos pantaleões próprios das canaanitas com os hebreus.
Dessa maneira, a demonização de Lilith é uma critica as práticas das mulheres cananeias dadas a manter mais aberta que a mostrada pelas hebraicas.
Lilith é o demônio rebelde, o mal exemplo que precedeu Eva, mais obediente e que Adão esperava uma mulher.
Não em vão, algumas das qualidades dessa versão de Lilith parece haver-se inspirado no principal culto feminino dos canaanitas - o povo que segundo o Antigo Testamento conquistaram os judeus no Êxodo pelo deserto -, Asherah deusa dos partos e da fertilidade.

lilith-esposa-de-adão


Depois de abandonar o paraíso, Lilith se sentou na costa do Mar Vermelho. Essa região se caracterizava, segundo essa tradição mitolõgica, pela presença de inumeráveis demônios, com os quais criou novas criaturas, " a razão de mais de cem por dia".

Depois desse fato, Deus enviou um grupo de anjos para exigir-la que voltasse com adão: "Voltasse com Adão de imediato ou te afogaremos". 

Ao que ela respondeu que já não podia voltar porque "Deus me ordenou que me faça cargo de todos os recém nascido, dos meninos até o oitavo dia de vida (o dia da circunsessão) e das meninas até o vigésimos dia". 
Finalment, Deus permitiu que Lilith vivesse, mais a castigou fazendo que centenas de seus filhos demônios perecessem cada dia.
Desde então, a hermosa criatura propôs matar a todos os filhos de Adão e a todos as mães durante o nascimento e os dias seguinte ao parto.


LAMIA, CORPO DE DRAGÃO E ESSÊNCIA DE LILITH


La lenda de Lilith é possivelmente também a origem do popular mito grego da rainha Lamia, que, depois de matar seus próprios filhos por culpa de um engano de Hera, sentiu ciume das outras mães e se dedicou a devorar seus filhos.
Transformada em uma besta, tinha o corpo de uma serpente e os peitos e a cabeça de uma mulher.
Esse

Esse relato deu lugar no qual, na antiguidade, as mães gregas e romanas costumavam a ameaçar a seus filhos bagunceiros com essa personagem. 

A crença grego-romana a sua vez transmitiu lendas medievais, repetidas por toda a geografia europeia, onde esses seres são representados com rosto de mulher e o corpo de dragão. Também se alimentava de crianças.
A presença do nome de Lilith na Bíblia se limita a uma única menção. Aparece em Isaías 34:14 ("Os Gatos selvagens se juntaram com hienas e um sátiro chamará o outro; também ali repousara Lilith e com ela encontrará descanso", no qual foi traduzido na Vulgata como Lamia, sua versão medieval. 
Não obstante, resulta impossível saber com certeza se para o autor do texto era um nome próprio - a célebre criatura judaica - ou simplesmente trata-se de uma besta selvagem ou de um  raptor noturno.