A rotação da Terra, o movimento que nosso planeta realiza sobre seu próprio eixo e determina a duração dos dias, foi recentemente mais rápida que nos últimos 50 anos.
Os científicos indicam que essa aceleração foi notória desde meados de 2020 e estimam que continue incrementando-se em 2021.
Nessa teoria, a Terra completa uma volta a cada 86.400 segundos, equivalendo há 24 horas ou um dia solar médio.
No entanto, quando desenvolveram os relógios atômicos de alta precisão em cada década 1960, foi detectado que tal período pode variar por milissegundos (ms), que equivalem a 0,001 segundos.
Até recentemente, o dia mais curto registrado foi durante o dia 5 de julho de 2005, quando a Terra completou sua rotação 1.05 ms mais rápido do que o normal.
No entanto, desde junho de 2020, esse recorde foi quebrado 28 vezes. O dia mais curto durou 1.46 ms menos do previsto. Essas diferenças podem parecer insignificantes, mais revelam uma tendência nunca antes vista.
Cada ano desde que foi registrada (1973), a velocidade de rotação da Terra tem estado em média mais lenta do que o esperado, o que se reflexou em dias ligeiramente mais longas.
Portanto, a cada tempo foi adicionado um segundo à hora universal coordenada (nossos relógios) para compensar a lentidão do planeta.
No total, foram colocados 27 segundos.
Ultimamente, a situação parece reverter-se. Desde 2016, não requerido adicionando nenhum segundo intercalar (conhecido como "segundo salto") e foi previsto que em 2021 será o primeiro ano registrado cujo dia médio dure menos 24 horas, segundo a página especializada Time and Date.
"É verdade que a Terra está rodando mais rápido agora do que em qualquer outro momento dos últimos 50 anos", disse a The Telegraph Peter Whibberley, científico investigador principal do grupo de tempo e frequência do Laboratório Nacional de Física do Reino Unido.
As estimativas indicam que o dia médio em 2021 vai durar em 0,05 ms menos do que o habitual. Portanto, é esperado que os relógios atômicos acumulem um atraso de 19 milissegundos ao final do ano.
"É muito possível que necessite um segundo salto negativo se a taxa de rotação da Terra aumenta mais, mais é muito cedo para dizer se é provável que isso aconteça", disse Whibberley.
Se nosso planeta segue acelerando, seria a primeira vez que deva restar um segundo na hora universal coordenada.
COMO DETECTARAM QUE A TERRA ESTÁ ACELERANDO?
Os científicos do Serviço Internacional de Rotação da Terra (IERS) são os encarregados de monitorar esse movimento do planeta e determinar quando se deve adicionar ou apagar segundo intercalares. Os especialistas do IERS determinam a velocidade exata da rotação da Terra ao medir os momentos precisos no qual uma estrela fixa passa por uma determinada localização do céu cada dia. Assim se obtêm o tempo solar ou o tempo astronômico A duração real do dia se calcula ao medir qual tanto se desvia o tempo astronômico qual marcam os relógios atômicos (Tempo Atômico Internacional - TAI).
Ao longo das últimas décadas, o normal era que o tempo astronômico esteja atrasado com respeito aos relógios atômicos devido ao giro da Terra se estava desacelerando. Agora parece que está ocorrendo o contrário.
Então o que está causando essas mudanças?
De acordo com a NASA, a velocidade de rotação da Terra vária constantemente devido ao movimento das placas tectônicas, os oceanos e a atmosfera. A gravidade da Lua impulsando as marés e estão gerando atrito, as quais afetam a rotação do planeta.
Também tem estudos que exploram os efeitos do desgelo e o aumento do nível do mar sobre a variação na velocidade de rotação da Terra.
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