Antes do novo visual que adquiria o assunto dos rostos, o prefeito de Bélmez na época, Manuel Rodriguez, ordenou abrir um buraco de 2,80 metros para ver o que havia debaixo dos rostos. "Eles atingiram em ossos - relatou López - pois descobriram um esqueleto cujo titular, segundo uma analise forense, era um homem de pequeno tamanho que foi enterrado em tal lugar pelo século XII".
A Casa do bispo, como era
conhecida a casa dos Pereiras, havia sido construída sobre um cemitério, Dali,
se explicavam alguns, que também escutaram vozes no lugar. Segundo as pessoas
que viviam no lugar, a casa havia sido também cenário de episódios muito pouco
correntes ao longo da história. Contava-se que até o século XV, havia vivido
nela um inquisidor que realizou crueis sacrifícios de mulheres e crianças
pequenas.
O povo jienense de Bélmez de
Maroleda se encheu de pessoas de toda parte para comprovar com seus próprios
olhos o fenômeno. Em sua época de mais auge, houve fins de semana nos quais se
aproximaram até 10.000 pessoas. No princípio, Maria não cobrava pela visita,
embora aceitasse dinheiro que com o tempo se instituíram. "Pedia dinheiro
- 200 a 1.000 pesetas (dinheiro local) aos turistas e forasteiros".
"Cada manhã chegava com uma bolsa de moedas para trocar em bilhetes de
mil. Deve ganhar ao dia era de cinco ou seis mil pesetas com o dinheiro".
SUSPEITA DO CASO SER MENTIRA
Com o interesse que despertou o
fenômeno se dispararam também as suspeitas de que os rostos de Bélmez eram uma
fraude. Em uma carta do diretor, um leitor criticava em março de 1972 a série
de folhetos que estavam publicando sobre a aparição desses "rostos duros
com o mesmo cimento em que estavam incrustados".
"Não é estranho,
pois, que os fiéis do sensacionalismo irem a uma peregrinação massiva a contemplar
esse fenômeno de farra. Como um rosto falante não coisa que possa ver todos os
dias, fins de semana, os donos da casa das aparições tiraram fotos dos rostos
em 18 x 244 e as vendiam, em preciosas ampliações, melhor do que se as
vendas de janeiro fossem sobre. Os negativos, com e natural, os reservaram,
como direitos do autor, por causa dos plágios".
Até chegou a dizer que haviam
sido pintadas por algum membro da família Pereira ou por um pintor da cidade
com uma adição de cloreto de nitrato de prata, sensível a radiação
ultravioleta. O ministro do Governo da época. Camilo Alonso Vega enviou em 1971
o parapsicólogo José Luis Jordán com uma equipe para investigar o assunto.
"Nós voltamos convencidos de que todo era uma pequena fraude, embora não
acredito que a dona da casa, Maria Gómez Cámara, fosse responsável. Para nós
não havia evidência de que fosse um fenômeno paranormal. Os rostos estavam
feita com silicato cálcico diluído, umas, e com uma mistura de fuligem e
vinagre nas outras. Assim consta a noticia que deve agir no poder do atual
Ministério do Interior".
Essa noticia atraiu a
Jordán numerosas críticas por parte de outros parapsicólogos que se mostravam
mais convencidos da autenticidade dos rostos. "O fenômeno é autêntico e,
como tal, sua causa paranormal, quer dizer, sim explicação alguma dentro da
física natural", defendia o parapsicólogo Germán de Argumosa, Em sua
opnião, "coincidente com publicamente expressada reiterada vezes pelo
professor Hans Bender, da Universidade de Friburgo de Brisgovia, assim como
outros científicos", a causa dessas "telepatas" era "extra
dimensional". "Se encontra fora de nosso espaço e tempo".
Por indicação de
Argumosa, foi selada a cozinha da casa embora, segundo mesma ele estressado,
não pretendia verificar o fenômeno "que á não oferece a menor dúvida aos
científicos", mas também "tratar de encontrar por esse procedimento
qual é a função do elemento humano, se é que nesse caso a tem, dentro do
fenômeno que nos ocupa". A Maria se lhe construiu outra cozinha, e ao
pouco surgiram novos rostos. E quando se voltou a entrar na primeira, um ano
depois, havia aparecidos 17 novos rostos.
Ao longo dos anos continuaram
surgindo figuras na Casa do bispo. Algumas, como o rosto de Franco, chamaram
muito a atenção dos meios de noticia. Para os vizinhos, Maria Gómez era quem
provocada essas imagens, que se transformavam com o tempo. Segundo descreveu
Manuel Lopez, "sofrem metamorfoses para depois derivar em rostos mais
complexos, mais vitais, impulsivo e passionais". A dona da casa acredita
que guardavam alguma relação com seu estado anímico e pessoal e não descartava
então que os rostos desapareceram quando ela morresse.
Algumas idosas da cidade
asseguravam que a ausência da mulher na casa produzia uma diminuição e opacidade
dos rostos. "Uma temporada, quando Maria esteve em Jaén aflita por causa
da febre. Os rostos foram perdendo relevo e quase desapareceram",
manifestavam antes de destacar que "consciente ou inconscientemente,
provoca uma força que pode fazer mudar o criar rostos com mensagens diferentes.
Além disso, se sabe do fenômeno muito mais do que conta os curiosos".
Maria faleceu em fevereiro de
2004 aos 85 anos, mais os rostos não sumiram. "Não só desapareceram os
rostos que permaneceram no chão da casa onde viveu Maria, mais também que
multiplicaram e inclusive apareceram mais em uma segunda casa, precisamente na
casa na qual nasceu, localizada a poucos metros da vivenda onde residia".
E depois foi informado em outras ocasiões de novas "telepatias" que,
a juízo da Sociedade Espanhola de Investigações. Parapsicológicas, não era
"fruto da ação humana".
Hoje existe em Bélmez um centro de interpretação desses fantasmagóricos rostos que seguem suscitando opiniões diferentes. Existem os que defendem sua autenticidade e afirmam que se trata do maior fenômeno paranormal de todos os tempos na Espanha, outros que são simples pareidolias e os que acreditam que não mais que enganoso.
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